É a terceira vez consecutiva que Portugal desce no ranking mundial da competitividade digital. O país caiu três posições no quadro geral, passando do 34º para o 37º lugar numa lista de 63 países.
O ranking da competitividade digital é resultado de uma análise feita pelo IMD World Competitiveness. O IMD é uma escola de gestão baseada na Suíça que duas vezes por ano publica estas avaliações de competitividade. O estudo observa como as economias empregam as tecnologias digitais, e este ano procurou perceber também o que poderia ajudar a prever a sua capacidade de resistir à pandemia.
Os resultados de 2020 mostram algumas mudanças mínimas entre os primeiros colocados desde do ano passado. A lista é liderada pelos Estados Unidos, que são seguidos por Singapura e Dinamarca. Portugal ficou à frente de oito países europeus.
O conhecimento contribui para a competitividade digital de Portugal
A análise considera três fatores de competitividade digital para formar o ranking: o conhecimento, a tecnologia e a preparação para o futuro. O primeiro está relacionado às capacidades que o país tem para promover a aprendizagem e a descoberta da tecnologia. O segundo mede quantitativamente o desenvolvimento das tecnologias digitais. Já o terceiro indica o nível de preparação do país para conquistar de vez a sua transformação digital.
Embora Portugal tenha caído três posições no ranking geral da competitividade digital, o país apresentou melhoras ligeiras em alguns aspetos. O primeiro está relacionado ao conhecimento. De acordo com o estudo, este fator é o que “mais contribui para tornar a economia nacional competitiva no digital”.
Portugal classifica-se sempre entre 27ª e a 33ª posição no quesito conhecimento. Tem sido assim desde 2016. Neste ano, o país subiu algumas posições dentro dos critérios que avaliam este indicador. Dentre eles estão a a qualidade, a formação e educação, até a concentração de conhecimento e as competências digitais tecnológicas disponíveis no país.
Mesmo com algumas classificações melhores neste indicador, Portugal caiu três posições dentro do quesito conhecimento. Isso aponta para uma necessidade do país acelerar o ritmo de crescimento através do investimento em ações por parte das empresas que, por exemplo, devem investir mais na formação dos seus colaboradores.
É preciso preparar-se para o futuro digital
A análise da competitividade digital feita pelo IMD mostra que Portugal conseguiu avançar na área de tecnologia. Os dados são mais positivos no que diz respeito ao número de utilizadores de internet, qualidade das tecnologias e comunicações e até mesmo nas leis de imigração. No entanto, o país manteve-se em 38º lugar no ranking deste indicador devido ainda a problemas como a reduzida penetração de assinantes de banda larga móvel e à falta de exportação de tecnologia de ponta.
A preparação para o futuro é outro aspeto importante a ser analisado pelo país em relação à competitividade digital. Os especialistas do estudo apontam para uma falta de agilidade no negócio, com baixo grau de deteção de oportunidades e um alto receio do fracasso.
Esses indicadores mostram que Portugal não conseguiu acompanhar o ritmo de competitividade digital dos outros países da lista e deve reagir com mais agilidade no próximo ano.