Os principais caminhos para a consolidação de uma marca de sucesso costumam ser muito trabalho de marketing e um planeamento estratégico eficaz. No entanto, o administrador de uma das marcas mais tradicionais de conservas de Portugal mostra que outros dois fatores são ainda mais fundamentais. Veja neste artigo o que é necessário para que uma marca consiga afirmar-se no mercado e ser respeitada pelo público.
Pode ser na televisão, no site de notícias, no e-mail ou mesmo numa caminhada pela cidade. Em todos os lados os consumidores são confrontados com centenas de publicidades sobre diferentes produtos e serviços de marcas variadas. A maioria das mensagens acaba por passar despercebida. Outras conseguem ser mais atrativas e resultam em vendas. No entanto, algumas marcas conseguem cativar o consumidor sem qualquer razão aparente.
Tratam-se de marcas que estão conectadas com o público. Marcas que estão em sincronia com os desejos, os problemas e as expectativas dos consumidores. Marcas que demonstram serem feitas por pessoas e para as pessoas. São marcas com alma.
É por isso que quando perguntamos ao administrador da Comur – Conserveira de Portugal o que determina o sucesso de uma marca, Tiago Quaresma não hesitou em afirmar a necessidade de essencialmente dois fatores: história e alma.
Uma marca precisa ter história
Sem uma história, o serviço ou o produto se torna apenas mais um no mercado. Mas atenção, a história de uma marca não é apenas uma maneira de se diferenciar e ter reconhecimento, é uma forma de construir algo com que realmente as pessoas se importem e por isso queiram comprar.
É por isso que a história de uma marca é muito mais do que uma simples narrativa publicada no seu site ou uma apresentação corporativa. A história é feita de fatos, sentimentos, datas e interpretações. Está, portanto, em tudo o que envolve a marca, desde o cartão de visitas até o funcionário contratado. Tudo é parte da história da marca, desde a fundação até as estratégias de crescimento.
Foi ao acreditar na relevância desse fator que o grupo O Valor do Tempo, o qual Tiago faz parte, resolveu investir em 2015 num dos produtos mais tradicionais de Portugal: a sardinha. Acreditando na alma e na legitimidade da Comur, o grupo comprou a fábrica de conservas existente desde 1942 na Murtosa.
Desde então, a Comur é uma das estrelas do grupo. Assim o é que, posteriormente, uma rede de lojas de conservas foi criada em todo o país com a ideia de um retalho-experiência, no qual a marca cria proximidade com o público e reforça a sua identidade ao contar todos os dias a sua história a milhares de pessoas. Entre esses projetos estão as lojas “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”, e demonstram a importância dada pelo grupo O Valor do Tempo para a história das suas marcas.
“Nós falamos muito disso internamente no nosso Grupo. Uma marca para se afirmar, para ser respeitada pelo público ela tem que vir de algum lado, tem que ter um passado, tem que ter legitimidade. É fundamental que ela tenha um passado, que tenha construído alguma coisa até chegar ao ponto onde está, antes de se apresentar ao público”, comentou Tiago.
Além de história, uma marca precisa de ter alma
O segundo fator essencial para uma marca de sucesso é ter alma. Mas o que é ter alma? Segundo Tiago, é dar vida à marca. “Ter alma é respirar algo mais do que meramente o lado económico, o lado da venda, o lado do retalho, o lado do comércio. É fundamental o lado humano, as pessoas que compõem uma marca e isso resume-se nesta pequena grande palavra que se chama alma”, explicou.
Podemos perceber a alma como o coração de uma marca. É algo único, que a torna inconfundível. A alma é aquela característica que os consumidores não veem explicitamente, mas que está presente em qualquer interação com a marca, por isso a importância de colocar as pessoas no centro dos negócios, como pontuou Tiago:
“Para verdadeiramente construir uma marca a alma vem muito à frente de ter um plano. É fundamental ter um plano, mas é tão óbvio que nem vamos discutir esta parte, eu assumo que todas as empresas tenham que ter um plano, pelo menos um sonho ao qual querem chegar. Agora, sem alma não se chega ao plano, nunca. A marca nunca vai sobreviver se não houver alma da parte de quem a compõe”, esclareceu o administrador.
A alma é o centro da identidade de uma marca e está diretamente refletida nas suas estratégias. Por isso, as marcas com alma costumam tomar decisões com mais clareza, tanto no que toca ao desenvolvimento de produtos como na escolha de prioridades para a empresa, como a contratação de novos profissionais. Afinal, a alma deve ser traduzida em todas as experiências que envolvam a marca.
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